quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem


Quem lembra daquele trava-língua “ o tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”.
Pois é, veio ao meu pensamento enquanto reflectia sobre o tempo…não aquele caracterizado por um dia de chuva ou de Sol, por noite quente ou fria. Falo e penso naquele tempo que é necessário para uma flor brotar e crescer. Falo daquele tempo que traz maturidade, conhecimento, sabedoria. Falo daquele tempo que não tem tempo determinado ou pré estabelecido. Falo daquele tempo que é o nosso tempo. Falo do tempo que é o tempo de cada coisa.
Como teimar em querer agarrar o tempo, controlar o tempo, estabelecer o tempo, ansiar o tempo? O tempo é o tempo que tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem! Ponto!
Aceitar, confiar e respeitar que tudo tem e vem a seu tempo é verdadeira arte de viver, não passivamente mas sim, serenamente! Que a humildade permita a reflexão verdadeira do que nos move e motiva! Que o discernimento permita observar o quanto perdemos nos perdendo no tempo ansiando, expectando, desejando, querendo desesperadamente! Que a coragem permita mudar o que é possível de ser mudado aqui e agora! Ternura e amor no coração para olhar compassivamente nós e os outros! Alegria, força e determinação para trilhar o caminho, receber o que a vida nos dá e continuar a jornada renunciando, perdoando, amando, rindo, chorando, caindo, levantando, aprendendo e evoluindo!
Sei que para muitos que me lêem estas palavras são música para os seus ouvidos. Para outros, uma forma romântica de tentar resolver os problemas da vida. Para outros, a conversa da treta. Para outros, a indiferença.
Decidir escrever e partilhar com o mundo também é libertar-se sem esperar aprovação ou temer a desaprovação! Também é o poder de se expressar sem a preocupação de fazer bonito ou feio, certo ou errado! Escrever também é uma forma de se compreender, organizar, aceitar, planear. Partilhar com os demais é dividir, é transmitir uma mensagem.    

Reflectindo...





Hoje penso num tal que muito se ouve…“Be Strong”!
Pergunto para mim mesma, o que é ser forte?
Então, penso em todas as manhãs que acordo bem cedo para estender o tapete, praticar e dar oportunidade ao meu corpo de expressar limitações, dificuldades, facilidades, silenciando o desânimo, a preguiça, a ânsia e expectativas. 
Penso como tal coisa, que à primeira vista é meramente física, me tem ensinado e confidenciado tanto! 
Percebo que ser forte não é ganhar “braços de ferro”, não é ser mais ou melhor! Ser forte é permanecer estável e firme, tal como um ásana, perante desafios, dificuldades, momentos bons e menos bons. É saber respeitar o outro na sua diferença. É tentar a compreensão. É olhar nos olhos o mundo e suas pessoas. Fugir é fácil e confortável. Ser forte é não ter medo de se questionar, é ter vontade de se ouvir e mudar! 
Forte é ser e estar, sorrindo ou chorando, aqui, agora, tentando, querendo, aprimorando, confiando, aceitando, batalhando!

Reflectindo...


Quando olho esta imagem penso no quão importante é o silêncio, enquanto pensamentos correm e gritam! O comum é nos emaranharmos sentimental e emocionalmente com cada um deles. Ora ficamos confusos, magoados, inseguros e tristes! Ora ficamos alegres, eufóricos, esperançosos e assim por diante. Agimos e reagimos em conformidade. Julgamos o mundo, pessoas, intenções, acções and so on, no meio da confusão, no meio de tanto grito mental! Decisões e opções pouco claras, conceitos mal formulados, atitudes inconscientes e sem dar conta, lá estamos nós novamente naquela roda! A roda do sofrimento, alienação, desespero, ansiedade, etc. Questionar dá trabalho e a verdade por vezes dói. Então, melhor mesmo é continuar na roda lutando por tudo aquilo que nada resolve! 
Hoje questiono a sobrevivência! O que é sobreviver? Do que preciso para sobreviver? E o que é viver? Do que preciso para viver? 
E de uma coisa não tenho dúvidas! Preciso Ser! E Ser com verdade! E a descobrirei no silêncio das palavras, observando os variadíssimos movimentos do meu pensamento, consciente do como sinto, consciente do como e porque faço!

Reflectindo...



Hoje dou comigo a pensar porque é tão natural o impulso de "apontar o dedo" às acções de alguém! Ao observar a minha filha enquanto brinca com as bonecas constato que até ela, no auge dos seus 2 aninhos, o faz! Analisando a situação concluo que é isso que ela observa à sua volta...então é isso que ela reproduz! As regras, os limites a educação são factores que orientam o nosso crescimento e desenvolvimento mas é importante perceber em que valores se baseiam.
Na escola, em casa, no mundo, crescemos não apenas para aprender, desenvolver, criar, ser e fazer! Crescemos para competir, ser os melhores, ter sucesso, ser reconhecido, ter uma boa casa, um bom carro, uma situação financeira cómoda, viajar o mundo, comprar a beleza, a estética, o bem-estar, o equilíbrio! Crescemos com o síndroma do ser bem-sucedido e com a imagem de que isso é o “ser alguém na vida”! Aprendemos a olhar uns para os outros como o amigo, o inimigo, o bonito, o feio, o popular, o parolo, o inteligente, o “burro”, o rico, o pobre, o interessante, o chato, and so on. Criamos rótulos, imagens, preconceitos, ilusões, ideias e óbvio, sentimentos e emoções proporcionais. Desenvolvemos o stress, a angústia, a frustração, a ansiedade, a depressão, o medo, a inveja, o sofrimento, o ciúme, a ganância, o desespero, a tristeza, a baixa auto estima, a insegurança, a arrogância, o ódio e nem questionamos! 
“Apontamos o dedo”, agimos impulsivamente, julgamos, rotulamos, mal dizemos e falamos sem pensar, sem tentar compreender! 
Na verdade não somos educados para pensar e reflectir! Fugimos da nossa verdade e tornamo-nos inimigos! E paz, simplicidade, contentamento, aceitação, humildade, generosidade, gentileza são coisas de gente resignada e conformada com sua “sorte”! 
E assim vamos caminhando por essa vida fora desperdiçando a oportunidade de saber a tamanha beleza que existe em cada um de nós e como podemos ser um todo em paz e harmonia.
Permanecemos escravos no mundo da imagem e ilusão!


Reflectindo...


Tendemos a fazer dos dias da nossa vida uma verdadeira "prova de atletismo"! Corremos e saltamos obstáculos na tentativa de chegar e vencer! Deixamos que nossos pensamentos voem a 1000 há hora, que o nosso corpo seja um verdadeiro robot a desempenhar deveres e obrigações, que as nossas emoções tenham vida na montanha russa e que face à conjuntura, nossos sentimentos sejam confusos e nossas acções pouco inteligentes! Óbvio que há lugar para o cansaço, para o desgaste, tristeza, sofrimento! Óbvio que a vida se torna um tormento sem fim! É fácil perceber onde o problema começa! É fácil perceber que nossos conceitos e valores de sobrevivência, sustentabilidade, felicidade, bem estar, sucesso e riqueza estão bem equivocados! É importante parar, reflectir, observar hoje, amanhã e sempre! Só assim me é permitida a consciência do que sou e para onde vou! Só assim sou capaz de colocar rédeas na minha vida, escolhendo e decidindo que caminhos percorrer e lugares conhecer! Quantos de nós se questiona? Quantos de nós se analisa? Quantos de nós busca entendimento e compreensão? Quem se dá esse tempo e espaço? E quem percebe o quanto ele é valioso, rico, poderoso?

É… vale a pena pensar nisto!