sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Reflexão # 86 - Libertar o Monstrinho Interno

imagem retirada da internet 

O mundo é um lugar seguro e todas as dinâmicas externas apenas a tradução da realidade interna que cada um carrega.
Tem muita dor e ela é tão profunda que podemos senti-la, observá-la no colectivo. Uma dor ancestral que necessita de delicados e amorosos cuidados vindos de um entendimento profundo da existência de cura em si mesmo.
Até quando vamos reagir às provocações do mundo externo com uma mesma moeda de competição, orgulho, arrogância?
Está na hora de baixar as armas, permitir-se abrir o coração e realizar um namaskar diante de todo o ser que cruza o nosso caminho. Está na hora de verbalizar, de descer do pedestal, de dar a mão e descobrir que o Sol é um só e brilha para todos e em cada um. O ar que respiramos, a energia vital, inesgotáveis e sempre presentes.
Que possamos aprender a falar a mesma língua que nos une, não por desejo de possuir, conter, mas porque é universal, humana.
Que possamos falar de medo, de inveja, de raiva, de ciúme, de tristeza com a mesma franqueza, alegria com que falamos dos nossos dons, talentos, sonhos e desejos.
Que possamos dar colo, mimo e amor ao pequeno monstrinho que nos habita sem exigir que se apresente de outro modo, se disfarce ou se faça parecer bomzinho.
Que possamos olhar nos olhos uns dos outros para contar como se sente ferido, atacado, humilhado, desprezado, desacolhido, com a responsabilidade e maturidade sobre si mesmo. Que possamos partilhar como desejaríamos que fosse diferente e como a cada momento é o melhor que se pode e sabe. Como gostaríamos de ser crianças amorosas, compassivas, monstrinhas, traquinas, compreendidas por nós mesmos, libertando mundo e pessoas ao nosso redor de tamanha carga, fardo, que definitivamente não lhes pertence…
O peso, a carga, o fardo que fazemos o outro sentir é só o peso, o fardo, a carga em si mesmo, que de forma cruel propagamos impedindo o outro de encontrar um alívio, uma liberdade em si mesmo e um genuíno desejo de ir ao encontro da sua criança, essência, beleza e força interna.
A vida é um presente que se desembrulha com a espontaneidade, simplicidade, amorosidade de criança, curiosa em descobrir, destemida de sentir e completamente aberta, inocente no se doar.
Vale a pena caminhar…
HarihOm
Sónia A. 

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