terça-feira, 30 de maio de 2017

Reflexão # 102 - Reencontrando Pai e Mãe...

imagem retirada da internet 

Saberemos que amparados e nutridos por uma paz inabalável, quando do nosso coração brota um amor incondicional, um respeito, uma gratidão profunda pelo pai e mãe que se propuseram à grande aventura de gerar um filho, vestindo os papéis de cuidadores, protetores e que dentro das suas possibilidades, universo mental, emocional doaram o melhor de si. 
Crescer, amadurecer é ir ao encontro desse entendimento, dessa realidade sustentada por um coração que se abre com a delicadeza de uma flor e uma mente discriminativa, aguçada e conectada com a força interna que todos carregamos, mas que se encontra camuflada por tanta ignorância, fantasia, ilusão, que nos distrai e impulsiona a buscar fora o que se encontra dentro.
Saberemos que mais perto da nossa essência, quando pai e mãe estão juntos dentro de nós independente da presença física, independente da distância temporal, espacial. 
Um passo em direção a si é um passo em direção ao amoroso abraço a pai e mãe tantas vezes contido, reprimido e omitido. 
Que possamos deixar cair tanto orgulho e arrogância, que possamos curar nossas feridas e dores tão profundas, que possamos transformar tanto rancor e ódio, tanto conceito e preconceito, tanta expectativa, tanta culpa, tanta exigência…
Dentro de nós habita a terra e o céu, a água e o fogo, o amor e a paixão, ar, éter… que possamos dotar-nos de sensibilidade para os colocar a serviço do real propósito de estar vivo…
HarihOm
Sónia A. 

terça-feira, 9 de maio de 2017

Reflexão # 101 - A Relação entre Professor e Aluno

imagem retirada da internet 

Iniciei a prática de yoga com maior compromisso e profundidade após o nascimento da minha filha e através de uma formação intensiva em asthanga vinyasa yoga. Expor o meu corpo, mente ao método iniciou um processo de escuta, observação, trazendo à superfície padrões de pensar, sentir, agir e com isso os abençoados conflitos internos que me fizeram chegar até aqui e me impulsionam na busca pelo entendimento de quem sou. Essa é uma longa jornada que nos espreme para dar lugar ao néctar que nos habita. Desengane-se aquele que acha que é no conforto, segurança, controle, conveniência que se apresenta para nós. Usando lógica e raciocínio talvez tampouco houvessem mestres, tradições, obras sagradas, métodos, terapias e tudo mais, se afinal a vida e o entendimento do seu propósito fosse assim tão fácil e no primeiro virar de esquina. Não… talvez isso agrade os nossos sentidos, a covardia da nossa mente e o apego à identidade que carregamos. É tão subtil que até mesmo posso construir a imagem do tal professor, do iluminado, do grande conhecedor de todas as coisas ou até mesmo a imagem do descontraído que deixa a vida fluir, que é muito seguro de si e das suas convicções e que usufrui a vida com a dança que mais gosta, insensível à percepção daquela que mais precisa.
Tenho-me exposto a várias experiências, entrado em contacto com vários professores, grupos e constato que o que faz a diferença neste universo de yoga, autoconhecimento, espiritualidade é a capacidade de doar amor desinteressadamente e com a maestria de fazer do aluno um ser digno, integro pelo reconhecimento da sua natureza fundamental. Esse processo é tão profundo, inteligente, minucioso, preciso tal qual uma cirurgia, que de facto é muito raro e uma bênção quando presenteados com tal. Vestir um papel de professor e aluno requer um compromisso interno que exige de nós a capacidade de colocar fora de jogo por instantes, os nossos desejos, as nossas fantasias, as nossas carências para ser capaz de dar força ao outro de se descobrir por si mesmo. Por essa razão se diz que essa relação é tão intima, sagrada e para lá do que nos convém, do que nos dá prazer. Tarde ou cedo, esgotar-se-á e a pressa de viver, saborear roubará a oportunidade de saber o que isso é de verdade. Saber esse, que um corpo e coração reconhece numa paz inabalável, numa firmeza gentil, amorosa, compassiva que tudo acolhe, ampara.
Podemos passar a vida no ponto socorro a levar o soro necessário para se sentir melhor, com mais ânimo. O corpo e a mente aparentemente mais fortes porque as dependências são alimentadas mas logo, logo o soro acaba e o que resta é a dor da dependência que precisa ser compreendida na sua origem e raiz. Para tal, não são as palavras bonitas, os sorrisos rasgados, as belas imagens, as deliciosas experiências ou o acumulo de conhecimentos. É o compromisso interno, é o desejo de querer descobrir a força criativa da vida, a força vital por detrás da ignorância relativamente a sexualidade, segurança, sobrevivência, amor, raiva, inveja, ciúme, vingança, competição e a própria prática de yoga, métodos, meditação, técnicas de respiração e etc.  
É o compromisso de saber que yoga, energias e as mais variadas terapias são meros pontos de socorro que desempenham um papel importante, mas que por si só não respondem à força maior que nos habita e que por essa razão nos coloca num conjunto de dinâmicas que esgotem todas as tentativas frustradas.
Porque necessitamos de levar o corpo físico à performance de 6 ou 7 series de posturas propostas, por exemplo, no método do ashtanga? O que está efetivamente por detrás desse método, dessa proposta? E se por qualquer motivo ficar incapacitado de praticar? E se com todas as condições eu praticar, alcançar uma condição física aberta para percecionar energia, força, vitalidade e ainda assim sentir um vazio dentro de mim, que preciso compensar com mais e mais técnica, conhecimento, acreditando ser Deus ao invés de sentir Deus? E o que é isso de sentir Deus?
Tenho observado que é esse entendimento profundo que inspira neste meu processo e colocar-me diante das dificuldades, experiências as ferramentas necessárias para clarear a mente, direcionar os passos, escolhas, decisões e sobretudo descobrir o calor de um coração que nutre, alimenta este corpo, esta mente para que assim se possa doar, livremente, diante dos demais.  
Talvez seja esta a prosperidade, abundância da vida…
Jaya Mahalakshmi!
HarihOm
Sónia Andrade. 

domingo, 7 de maio de 2017

Pensamentos Soltos # 106

OM GAM GANAPATAYE NAMAH 

Devoção e a sua expressão sob a forma de um namaskar, mantra, reverência a deidade, puja ou a simples flor, luz junto de um altar, renasce do entendimento de um coração naturalmente amoroso sempre presente. 
Enquanto uma mente aprende a curvar-se diante da sua ignorância, orgulho, arrogância, o inato devoto apresenta-se com a força da delicadeza, que generosamente a ampara, nutre, inspira a continuar o seu processo de desconstrução e libertação. 
Pelo caminho muitas são as oferendas sob várias formas, perspectivas e o regalo de um corpo, voz, acção que se ergue em integridade, alimentando-se da sua dignidade. 
HarihOm
Sónia A. 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Pensamentos Soltos # 105

imagem retirada da internet 

Relacionamentos são uma dança sincronizada entre um e outro passo
 que nem sempre se movem a um mesmo ritmo e compasso...

Necessária sensibilidade para escutar melodia 
Na leveza de um  corpo em plena alquimia...

 Humildade para a cada instante nada saber...
Fruto de uma mente que não deseja parecer..
E corajosa, apreciando o orgulho desvanecer...

(Sónia Andrade)