quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 115

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Ganância é só uma criança ferida e perdida num labirinto que não conhece a chave da casinha onde é simples e naturalmente feliz…
É a brincadeira dela que lhe mostrará que não tem porquê querer todas as bonecas do mundo, atenção, aplausos e engolir todas as gomas, doces da loja…
Essa criança precisa de espaço para se explorar, limites para se reconhecer e muito amor para poder crescer…
Por vezes é necessário entupir-se até ao goto para o perceber…
Nada será suficiente e o grito interno sempre estará lá à espera de ser olhado, abraçado, acolhido a fim de revelar o potencial proveniente de uma força genuína, despretensiosa e o talento inato à individualidade e identidade de cada um…

HarihOm
Sónia A. 

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 114

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Medo de não ter, ser, conquistar o suficiente é mera ignorância da fonte criativa que nos habita…
Por vezes em nossas mãos vamos ter a aparente prosperidade, sucesso, amor sob a forma de dinheiro, bens materiais, seguidores, amigos, perdidos na ilusão que isso preenche o nosso corpo e alma… saberemos que é forjado quando é maior o impulso de correr atrás de tudo o que mexe, deslumbra, alicia nosso senso de competição desenfreado, desperdiçando a possibilidade de reconhecer a sua identidade e colocá-la a serviço. Saberemos que presos e escravos, a cada nó na garganta, raiva no peito, quando as nossas expectativas são frustradas.
Querer abarcar tudo em seus braços e mãos é como estar em alto mar afogando-se, esbracejando desesperadamente pedindo por socorro…
O desejo inato por sobrevivência não é o problema mas a falta de clareza do seu propósito…
Estarei usando roupas, maquilhagem, acessórios que camuflam a beleza de me ver nu, suficiente, seguro, inteiro, feliz para boiar em alto mar, entregue à força e inteligência da natureza…
HarihOm
Sónia A.  

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Reflexão # 107 - O Valor de Olhar a Solidão...

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Profundamente, não é perder pessoas e coisas que tememos mas sim a dor da desconstrução que nos coloca num espaço de vulnerabilidade…
Se pensarmos bem, pessoas, coisas despertam em nós boas e más sensações, agradáveis e desagradáveis memórias, conscientes e inconscientes, afloram necessidades, carências, satisfazem desejos, pintam uma fantasia e por ai fora. Através delas somos ofertados com a possibilidade de nos ver e rever, crescer, amadurecer e aprender a dar um e outro passo na direcção dessa essência pura, simples e espontânea que todos nós carregamos.
Quando o fluxo da vida, existência, recheado de forças opostas, contradições, impermanência, ignorância nos sacode e move, pedindo de nós as mãos que se abrem para deixar ir o que é preciso ir, sofremos com a ilusão de que estamos a perder alguém ou alguma coisa. É tão duro para um ego que não se reconhece a si mesmo, que novos cenários, histórias, fantasias, conceitos, ideias e ideais se montam para apaziguar tamanha dor e ter força nas pernas para realizar um tanto mais da travessia.
Faz parte e profundamente uma bênção. Até aquilo que nos parece cruel, errado, desonesto e tudo mais. Na verdade meros julgamentos de uma mente que pensa de acordo com os valores e crenças que construiu. O certo e errado está além das próprias necessidades, carências e não tem palavra, conceito, definição. Decidir o certo ou realizar o errado é uma linha muito ténue entre a mente que arquitecta e os olhos de um coração que vê o que sente e sente o que vê.
No final saberemos que é como se estivéssemos num tabuleiro de jogo andando duas casas para a frente, duas casas para trás, lançando o dado que nos oferece a pontuação necessária e precisa para ganhar conhecimento e saber o processo, as armadilhas, os obstáculos, os prazeres e aflições do jogo.
Temer a solidão e escassez é um artifício alimentado pelo ego que se ignora, esconde, disfarça na tentativa de se ver controlando, manipulando, dominando. Inimigo de si mesmo, saciando pequenas mentiras que lhe trazem um senso de conforto, segurança, bem-estar. Frágeis, fugazes que conduzem ao cansaço, conformismo e negação da possibilidade de resgatar o mais digno e integro em si.
Tocar a solidão é dar-se a oportunidade de entender que muitas vezes estamos juntos e rodeados de tudo o que gostamos, queremos conquistar, completamente sós, desnutridos de amor. Por isso não é obra de tudo o que o externo me oferece senão o que sou capaz de reconhecer e abraçar em mim, sozinho ou acompanhado. Talvez até tudo ganhe um outro sabor e valor. Talvez até possa humildar a mente, abrir o coração para usufruir do imenso prazer de estar em companhia doando e recebendo sem cobrança, exigência, padrões estereotipados, nutrindo e deixando-se nutrir. 
HarihOm
Sónia A. 
  

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 113

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Deixa-te morrer vivo para que possas chorar o que vai embora com a liberdade de lamentar, amar e de coração aberto largar…
A vida é morte a cada milésimo de segundo criando espaço para novos nascimentos…
Quem disse que não posso chorar o que vai? E quem disse que não posso sorrir com o que vem?
Este é o fluxo… deixa-te bailar nessa prosa infinita de se contar…

Sónia A.

Pensamentos Soltos # 112

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Romance é uma mera tonalidade da infinita pintura que é o amor…
Ousar vivê-lo é como pegar num pincel e artisticamente expressar-se na grande tela que é a vida…
Coração é livre e quando a mente desapegada, toda a valsa e salsa uma prazerosa brincadeira de criança…
A poesia de Betânia? Aquela velha lembrança…
Que faz apreciar e contemplar a beleza da presente dança…

Sónia A. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Reflexão # 106 - "Oh Lar, Meu Doce Lar"

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Casa só vira lar quando nela há espaço para se partilhar intimidade…
E essa? Essa não advém do quanto as pessoas se tocam, se doam fisicamente, intelectualmente…
Essa advém da própria capacidade de tocar, escutar a sua intimidade e dividi-la sob várias formas com os demais…
Se um dia me sentir capaz de abraçar, aconchegar os medos, os pensamentos, as emoções mais sombrias, cruéis e atrozes, reverenciando a inteligência de cada uma, oferecendo o espaço necessário para se manifestarem sem qualquer pudor, assumindo com toda a inteireza e integridade a responsabilidade da minha existência e acção, poderei preparar as pernas, os braços, o coração para bailar o amor que não tem tempo ou espaço, condição ou contradição, que não teme a solidão, tampouco a desilusão…
Posso soltar os cabelos, despir as roupas, cantar ao vento, mergulhar profundo nas águas cristalinas deste corpo, sentir o calor do Sol, o frio do alto mar e profundamente repousar…
Poderei dizer com toda a convicção “Oh lar, meu doce lar como te desejo partilhar" 

(Sónia Andrade)  

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 111

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Amor chega como aquela dança que se revela no movimento, calando todas as palavras jogadas ao vento…
Vem com a mente nua diante da vulnerabilidade e grandeza da humanidade, desnudando corpos que se partilham e em poética melodia se exploram, doam e aninham…
Atravessa a dureza da tempestade sem perder a sua doçura, leveza e suavidade... 
Afaga o rosto, os cabelos, desvendando entre abraços, o romance de todo o coração que se anseia livre do poder da ilusão…  

(Sónia A.)